Pelo sinal da Cruz






Estava de férias e numa manhã qualquer, fui acordado por uma luz suave que proporcionava no céu um tom azul “Bahia”, sai cedo, sem destino e sem tema específico para fotografar. A cidade estava em reformas se preparando para sua grande festa anual (Lavagem) e a praça principal, toda cercada por tábuas altas que nos impediam de olhar o que fosse, assim como, dificultavam entrar no espaço interno das obras.

Naquela manhã por sorte, o portão de entrada estava entreaberto e percebi alí minha única chance de fazer alguns registros, por ser um fato histórico para a cidade do qual eu só queria um arquivo pessoal, aquelas maluquices de fotógrafo que as pessoas nunca entendem.

Entrei e comecei a clicar, em poucos minutos fui abordado por um mulato, nada simpático tampouco educado, com palavras ásperas dizendo que eu não poderia estar alí, discutimos um pouco, mas como já tinha feito alguma coisa interessante, concordei em sair e percebi um vulto dele me acompanhando.

Ao chegar no portão, deparei com cena forte de um trabalhador apresentando sintomas de cansaço, exaustão e que para descançar um pouco, debruçou-se numas madeiras que tinham forma de cruz e de brinde um pano de fundo decorado pela Matriz de Nossa Senhora da Purificação.

 Sem pensar muito em fração de segundos, mesmo vigiado e contrariando o cidadão, saquei a câmera , busquei o ângulo e… Pronto!!! Sai sorrindo!

A Fotografia foi feita em janeiro de 2011, Santo Amaro da Purificação-Ba,  e como tantas outras que postarei a seguir, merecia a sua narrativa e destaque para abrir esse blog onde, além dela contarei outras histórias interessantes do nascimento de imagens.

Meses depois esse registro ganhou Prêmio de melhor fotografia Documental no Paraná na Cidade de Curitiba em julho de 2011 e também virou cartão postal ‘a venda naquela Cidade.

Deixe um comentário